quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Campo de Concentração Sachsenhausen




A Segunda Guerra Mundial sempre foi um assunto do qual gostei. Adorava quando as de história do colégio eram sobre isso, adorava os livros, filmes e tudo relacionado ao tema.

Lembro que quando estava no 2º ano do ensino médio nossa turma assistiu a um filme sobre o campo de concentração de Auswitz, na Polônia e depois tivemos que fazer um trabalho sobre isso. Quanto mais eu lia mais indignada eu ficava e nunca cheguei a pensar em ir a um lugar desses. Na verdade, nunca passou pela minha cabeça que fossem locais de atração turística.

Tínhamos acabado de fazer nosso city-tour em Berlim e o guia nos informou que haveria um passeio opcional. Como nosso tempo em Berlim era curto, tínhamos decidido que não faríamos passeios fora da cidade para garantir o máximo tempo na capital mesmo. Mas quando o guia nos disse que o passeio era para um campo de concentração nazista, nosso acordo mudou na mesma hora e decidimos imediatamente acompanhá-lo.

Fomos até o campo de Sachsenhausen , situado a uns 30 km de Berlim, na cidade de Oraniemburg. Por ser bem perto de Berlim, este campo recebia visitas do próprio Adolf Hittler e era um dos mais severos na época. Recebeu mais de 100.000 pessoas durante sua época de funcionamento, sendo que 30.000 permaneceram ali por vez , num lugar em que a capacidade máxima era de 4.000 pessoas. De todos esses, apenas 4 conseguiram de fato jugir.

Cidadezinha de Oraniemburg


Ainda no caminho para lá, após termos entrado em uma rua errada, a guia paulistana já ia nos explicando sobre o campo e mostrando algumas fotos da época. Mas nada do que alguém já viu, ouviu ou leu se compara com o simples fato de conhecer – de fato – um campo de concentração. É um experiência única, apesar de não querer repeti-la tão cedo.

Nossa visita guiada durou algumas horas . Logo da entrada do campo, vimos uma espécie de museu, com o projeto arquitetônico que representava a construção do campo na época de seu funcionamento.

Seguimos por um bosque até chegarmos à entrada do campo propriamente dito. A fachada estava em reforma, mas no portão principal já podíamos ler a placa ? que em alemão significa “ O Trabalho Liberta “e uma cabine de observação, usada pelos guardas. Na verdade, essa era a desculpa ( digo, propósito) do campo na época. Quando os nazistas assumiram o poder, diziam que os judeus e homossexuais ou outros “ inimigos da raça ariana “ deveriam ir para tais campos para fazer uma série de trabalhos e passavam a informação para a população de que muitos eram criminosos, inclusive.

Ao entrar no campo me deparei com um lugar enorme, que perdia de vista. Um grande campo, ora com terreno capinado, ora com cimento. Vi alguns blocos espalhados pelo local também. Nos muros do campo, podíamos ver várias fotos e reportagens da época, basicamente mostrando seus prisioneiros.

Primeiramente, passamos pelo muro que dividia a parte interior da exterior, onde havia a chamada “ Zona Neutra “, na verdade, era um pedaço demarcado com pedras de granito. Nenhum dos prisioneiros poderia cruzar a linha demarcada; caso o fizesse, recebia um tiro com a intenção de matar. Com o tempo, os nazistas começaram a perceber que os prisioneiros iam para a zona neutra pois queriam morrer e começaram a atirar para que eles sofressem, mas não morressem.

Logo depois, passamos por um caminho de pedras irregulares. A guia nos disse que os homossexuais tinham que ficar caminhando por 8 a 12h nessa “trilha” para amaciar os sapatos que, posteriormente, seriam usados pelos soldados alemães na guerra. O problema é que os sapatos que eram dados a eles eram 2 números menores que o que eles calçavam.

Depois, seguimos para a área dos barracões. Antes de entrarmos, vimos várias estruturas numeradas de concreto no chão, com várias pedras em cima. Cada uma dessas representava um barracão que havia sido destruído e as pedras, os prisioneiros de cada barracão. Dentro dos barracões, o que me surpreendeu foi o cheiro. Senti um cheiro terrível, não sei especificar de quê, parecia madeira velha, sujeira e carne podre. Os quartos eram super pequenos, cheios de beliches amontoados, os banheiros nojentos.


Saindo dali, fomos até a antiga cozinha. Um fato interessante era de que eram os próprios cozinheiros que cozinhavam, mas mesmo passando fome, eram proibidos de comer.

Depois de andar um pouco mais, chegamos ao lugar mais sinistro de todos : as câmaras de gás ! Com o tempo, os oficiais começaram a perceber que era muito caro matar os prisioneiros com armas, pois um tiro matava, no máximo, 1 pessoa. Daí veio a idéia das câmaras de gás, que eram mais econômicas.

Mas e os moradores de Oraniemburg , não percebiam nada ?

Percebiam, mas eles eram informados que muitos dos prisioneiros eram criminosos. Além disso, era fácil reconhecer um prisioneiro, uma vez que usavam uniformes e tinham os cabelos raspados. Assim, ninguém oferecia abrigo a essas pessoas e os denunciavam.

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