segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Roteiro pelas obras de Gaudí, Barcelona

Confesso que poucas vezes ouvi falar em Gaudi. Quando pensava nele, logo me vinha à mente a Catedral da Sagrada Família, de Barcelona.

Quando estava pesquisando sobre a cidade, descobri como os principais pontos turísticos me remetiam a ele. Quando cheguei em Barça não tive dúvidas: o cara era genial! E foi justamente no interior da Sagrada Família que assisti a um filme de aproximadamente dez minutos que contava um resumo sobre sua trajetória.

Antonio Gaudi nasceu em  25 de Junho de 1852, numa cidade costeira da Catalunha, chamada Reus. Mudou-se para Barcelona a fim de continuar seus estudos. Nunca se casou, então, dedicou sua vida à arquitetura, sendo marcado mundialmente por estilo excêntrico à época, mas que encantou multidões de turistas o longo do tempo ...

Gaudi prezava o culto à Deus e à natureza. Faleceu em 1926, quando estava ainda concentrado na construção da Sagrada Família, vítima de um atropelamento.


CASA MILLÁ - "PEDRERA"

Esta foi uma das últimas construções de Gaudi, finalizada em 1907. Situada no Paseo de Gracia, a poucas quadras da Casa Batló.




Chama a atenção por sua arquitetura perfeita e suntuosidade.

Casa Milá, em detalhes 


Endereço: esquina da Paseo de Gracia com Provença, 261

CASA BATLÓ 


Encomendada por José Batló Casanovas, a casa foi construída em apenas dois anos e hoje é uma das mais famosas e visitadas obras do catalão.






Para mim, só perde em beleza para a Sagrada Família. Situada no Paseo de Gracia, uma das principais ruas do centro, a casa chama a atenção por sua semelhança com ossos humanos. Se durante o dia já é linda, à noite a obra ganha vida. Tudo fica iluminado e ainda mais lindo, na minha humilde opinião.

Um tour pelo interior da casa também é permitido, ao preço salgado de 22 euros por pessoa.

Endereço: Paseo de Gracia, 43


PARQUE GÜELL


Sabe quando uma coisa sai tão errado que acaba dando certo ? Foi assim com o Parque Gell. Tudo começou com Eusebi Güell um rico empresário cliente de Antonio Gaudí. Na época, Güell encomendou a Gaudí um complexo de 15 hectares que previa a construção de uma cidade jardim na região de Gràcia, que na época nem pertencia à Barcelona.

O local começou a ser construído em 1900, porém o projeto não foi adiante e apenas duas casas foram construídas ao fim de 1914. Uma delas que tornou-se morada do próprio Antonio Gaudí e que atualmente é o Museu do Gaudí.




Em 1918, os herdeiros de Guell venderam o local para a prefeitura de Barcelona, que tornou-o um parque municipal e em 1984, o parque foi declarado Patrimonio Mundial da Humanidade.






Atualmente, o parque Güell é o mais visitado de Barcelona. Tudo no parque é minuciosamente planejado : os desenhos dos azulejos sobre os bancos no topo do parque, as trilhas, os túneis, o eco na sala de entrada, a salamandra, as colunas que lembram árvores



A entrada principal é minuciosamente desenhada. As duas casinhas com o portão principal são baseadas no conto de "Hansel e Gretel". A casa da esquerda, atual loja de souvenirs, representa a casa das crianças. Já a casa da direita, a casa da bruxa.



Adentrando o parque, é fácil reconhecer um dos ícones mais turísticos de Barcelona : a salamandra colorida. Ela é um dos pontos mais fotografados de todo o parque, prepare-se para "pequenas filas".



A praça do parque Guell, num segundo piso, tem a vista perfeita para a cidade de Barcelona. Os bancos serpenteados foram planejados para proporcionar vistas para a cidade independente do lugar em que o turista sentar.


Bancos serpenteados 

O ideal é passar uma manhã ou tarde no parque. Toda a área externa é acessível de forma gratuita. Porém, paga-se oito euros para visitar a área mais bonita do parque, que inclui os bancos desenhados, a salamandra e alguns dos túneis. No inverno, após as 18h todo o parque é acessível de forma totalmente gratuita. Mas a espera é uma economia porca. 

Digo isso por experiência própria. Eu esperei e o resultado se resume a fotos horríveis da vista da cidade, túneis escuros, banheiros fechados. Definitivamente não vale a pena!

Endereço: Carrer d'Olot, sem número

Para chegar, é possível usar o metro ou ônibus. No caso de metro, basta descer na estação de Vallcarca, poréééém, será necessário subir ladeiras bem íngremes para chegar até o parque. De ónibus, a linha a ser escolhida é a 24 ou 92.




BASÍLICA DA SAGRADA FAMÍLIA 


Confesso: nunca vi graça nesta Catedral. Achava que parecia uma daquelas "obras" de argila que fazia no colégio. Tenho muita vergonha de admitir isso, mas ainda bem que mudei radicalmente de opinião.





Me lembro perfeitamente de quando cheguei em Barcelona. Estava num táxi indo da estação de trem até o meu hotel em Barceloneta e vi, pela janela do banco de trás, a Basílica lá de longe. Foi nessa hora que eu realmente percebi que estava em Barcelona e como aquela Igreja era bonita!



Em 1883, aos 31 anos, Gaudí assumiu a obra que seria uma das mais famosas de toda a sua carreira. Durante os próximos 43 anos, o arquiteto dedicou-se quase exclusivamente à construção da Igreja, chegando a se mudar para o tempo. Porém, tal projeto nunca foi finalizado, pois Gaudí faleceu inesperadamente em 1926.

Gaudí foi enterrado na capela del Carme, dento da cripta da Basílica. Ele sabia que não chegaria a ver a construção da Igreja pelo atrasado nas obras.

A Basílica tem duas fachadas principais. A fachada que pode ser vista a partir do jardim com lago é a entrada oficial de quem visita a Igreja, a única que foi finalizada por Gaudí. De longe, podermos ver várias referencias à natureza, além de varandas e símbolos religiosos. Aqui, podemos ver 3 portas principais.

Detalhe: Jesus Cristo e a Virgem Maria 

Fachada principal 


porta da Caridade é a principal, representando o nascimento de Jesus Cristo. No alto da coluna, podemos ver a estrela do Natal. A Porta da Esperança localiza-se à esquerda, dedicada à São José. A última porta, a da direita, é a Porta da Fé, representando a divina providência (sendo o olho, a referencia ao Deus que tudo vê).

Do outro lado, temos um parque mais arborizado, com diversos vendedores ambulantes e lojinhas. Ali situa-se a bilheteria oficial e é de onde vemos a Fachada da Paixão, inteiramente construída após a morte de Gaudí. Esta fachada representa os últimos dias de Jesus Cristo.




Entrada pela Fachada da Paixão 




O interior da Igreja é simplesmente deslumbrante! Diversos vitrais coloridos representam os raios de luz iluminando as diferentes alas. As colunas e sacadas foram construídas para representar uma floresta e a luz dos vitrais iluminando pontos diferentes durante o dia, assim como nas matas.




Há quem opte pela visita as torres. Eu optei pela visita simples e comprei os ingressos na hora mesmo. Não enfrentei nenhuma fila, mas estava em baixa temporada. Acho que vale a pena reservar pela internet anteriormente.



Uma dica é que muita gente visita a Igreja, tira fotos de suas fachadas mas esquece de visitar o museu da Sagrada Família. 

Maquete no museu da Basílica 

Seu acesso pode ser feito a partir da fachada da Paixão, próximo a uma lojinha laranja. O acesso já está incluso no valor do ingresso.



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