domingo, 31 de agosto de 2014

Roteiro de 1 dia em Berna

Conhecer Berna era algo há tempo sonhado, e uma viagem à Suíça não poderia deixar a capital em branco.

Para quem não sabe, Zurich não é a capital da Suíça, a capital é Berna ( é, eu sei, tipo um Brasil-Rio, Austrália-Sidney). Mas nem por isso é uma cidade grande. Com seus pouco mais de 130 mil habitantes, a cidade de estilo alemã pode ser facilmente explorada em um dia, num bate-e-volta de outro local.

Chegando na estação central, fomos logo até o centro de informações turísticas, onde, novamente, ganhamos todas as explicações necessárias e mapa grátis com várias informações legais sobre a cidade

Passando pela Igreja do Espírito Sagrado, desviamos um pouco do caminho habitual pela Chauplatzgasse, até a praça Bundesplatz, onde fica o Palácio federal da Suíça.





Almoçamos na Bundesplatz mesmo. Num ótimo restaurante, onde comemos um delicioso cordon bleau por preço justo.



O parlamento é um lindo edifício clássico, com fontes de água que faziam a diversão das crianças suíças ...



Contornando o parlamento, chega-se até uma praça, onde há uma linda vista da cidade ( mas calma, ainda não é a melhor vista) e do rio Aare.


O rio é um capítulo à parte : lindas águas azul esverdeadas, num tom que nunca vi igual. Claro que o dia com sol aberto e quase 30 graus de temperatura ajudaram.

Então, chegamos até a rua principal da cidade : a Marktgasse

A larga rua é repleta de lojas das mais variadas marcas, incluindo muitas lojas de relógios.



Além disso, toda a parte comercial fica numa espécie de galeria, as chamadas "Arcadas", que datam do século XV. Não é a toa que o centro histórico de Berna faz parte do patrimônio mundial da UNESCO.



Mas o que mais me chamou a atenção foram as várias fontes de água, comuns na cidade desde o século XVI. Como falei antes, na Suíça, pode-se beber esta água das fontes, de graça. existem mais de 10 fontes espalhadas só por esta rua, com as mais diversas inspirações e monumentos...



Mais adiante na rua, vemos a antiga Torre da Prisão



Chega-se, então, à outra torre : a Torre Zytglogge, mais conhecida como "Torre do Relógio".



Uma das mais antigas da cidade, a torre começou a ser construída no século XIII. Seu famoso relógio data de 1530. Uma boa dica é estar perto da Torre quando baterem horas exatas : um animal diferente sai do relógio a cada hora.



A partir do relógio, a rua continua, porém, com outro nome : Kramgasse
Pouco mais adiante, na caldaça direita ( sentido parque dos ursos) vemos a antiga casa de Albert Einestein, onde o alemão viveu e criou a Teoria da Relatividade. 


Preferi não conhecer seu interior. Mas é bem chamativo ( vc só não a verá se estiver na outra calçada)

Chegando ao fim da rua ( já com o nome de Gerechtigkeits), avista-se uma das áreas mais bonitas de Berna: a ponte Nydeggbrucke, com vista para o parque dos ursos, uma linda igreja e varias casinhas nas colinas.




Rio Aare : sem comentários


O parque dos ursos é parada obrigatória. Além de ver os animais de pertinho, podemos passar um tempo no restaurante e nas lojinhas por ali.

Vista do parque 



Ao lado do parque, está outra grande atração da cidade : o Rosegarden, o famoso "Jardim das Rosas".


É preciso fôlego para subir a íngreme colina que o leva até o jardim. Bem no início da subida, há uma fonte : aproveite para beber água e encher sua garrafinha.

Mas chegando lá em cima, se esquece facilmente do cansaço.




Foi a melhor vista da cidade, sem sombra de dúvidas. 
Lá em cima, ainda tem-se um gramadão - que serve de \"praia" para a galera no verão e uma variedade de flores, algumas com nomes bem "particulares" ...




Na descida, recomendo seguir a ponte Unterlorbrucke, até a rua Pest-gasse, para passar pelo Hotel de Ville e a Igreja de St. Pierre, lindos.

Depois, pegue a rua Kreuz-gasse, até a Catedral da cidade, que é linda. Continue até o cassino.

Catedral de Bern

Cassino


Berna foi um excelente destino em nossa viagem. Todos os passeios descritos acima foram gratuitos ( exceto a entrada na casa de Einestein).

Difícil mesmo é achar um banheiro gratuito.
Dica: aproveite para ir enquanto estiver em restaurantes. Fora isto, o preço médio é de 2,00 CHF.
A melhor forma de conhecer a cidade é a pé.

Boa viagem !




segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Um dia em Lucerna : o que visitar

Lucerna, ou "Luzern" é considerada por muitos "a cidade mais bonita da Suíça". Eu concordo, pelo menos dentre as que conheci.
A cidade fica na parte alemã da Suíça, tem pouco menos de 80.000 habitantes e pode, facilmente, ser conhecida em um dia...

Logo na chegada, ainda na estação de trem, procure o centro de informações turísticas. Foi onde, além de um super atendimento, ganhei um guia turístico muito bom (e ainda um mapa) da cidade. O detalhe : tudo em português !Pronto, mesmo quem chega sem roteiro nenhum já sabe o que fazer por lá.

Saindo da estação central, um dos pontos principais da cidade está a poucos passos : o Lago dos Quatro Cantões, com a Ponte da Capela.






Impossível não parar por ali, para tirar mil fotos e lindos panoramas.


A ponte cartão-postal da cidade , conhecida como "Ponte da Capela", foi erguida no século XIV, mais precisamente no ano de 1365. A ponte, toda construída em madeira, é repleta de quadros que datam do século XVII, a maioria deles, contando a história do próprio país ou dos santos patronos da cidade. Ao todo, são 200 metros de ponte.





Em sua margem Sul, podemos ver a chamada "Torre da Água",  que, além de funcionar como antigo escritório e câmara de tortura, funcionava como antiga prisão, matando os presos quando as águas do lago subiam ... A subida no topo da torre não é permitida.




No entanto, em 1993, uma ponta de cigarro encontrou um motor de um dos barcos parados no lago, causando um incêndio e consequente explosão de parte da ponte, que foi restaurada.
Durante a caminhada, é possível ver áreas de madeira queimada, no teto da ponte ...

Uma dica é ir no verão ou primavera ( quando podemos ver as flores margeando a ponte) e preferencialmente em um dia de sol ( se for a Lucerna num bate-e-volta, verifique o clima do dia), pois a luz do sol sobre o lago deixa a água ainda mais cristalina.




Ainda na margem do lago, podemos ver a famosa Igreja dos Jesuítas, o primeiro edifício barroco a ser construído na Suiça, por volta de 1666 pelo Padre Christoph Vogler.




Ao lado da Igreja, temos o Palácio Ritterscher, edificado em 1557, lar de Lux Ritter, antigo presidente da Câmara de Lucerna. Hoje, é a sede cantoral do governo.




Almoçamos por ali mesmo. Infelizmente não me lembro o nome do restaurante, mas era um italiano bem em frente à ponte, com umas mesinhas do lado de fora. Comi o melhor macarrão ao pesto ever 



O passeio seguiu cruzando o rio pela Ponte Spreuer, paralela à Ponte da Capela. 


                              Ponte Spreuer, cortando o lago de Lucerna, construída em 1408.

Antes de chegarmos à Muralha, seguimos para as praças do centro da cidade ...





 As Muralhas datam de 1386 e estão praticamente intactas. 3 torres são abertas ao público : schirmer, Mannli e Zyt, sendo esta última local onde encontra-se o mais antigo relógio da cidade, que bate as horas exatamente um minuto antes de todos os outros.



O caminho até as muralhas é um pouco íngreme, mas a vista super vale a pena. Vê-se, inclusive, parte dos alpes.




Saindo das muralhas, seguimos a rua Denkmalstrasse ( tudo o que termina com strasse é rua em alemão - pelo que aprendi por lá, rs) para ver o tão recomendado monumento do Leão.





O leão morimbundo fica na chamada "Gruta do Leão" e é um dos mais visitados da Suíça. Considerado um dos monumentos mais tristes do mundo, o leão lapidado agoniza de dor devido à lesão por uma lança e representa os soldados suíços mortos da guerra das Tulherias, em 1792.



O local é de visitação gratuita, assim como todos os outros citados anteriormente. Fica muito cheio e tem boa infra-estrutura, com banheiros, lojas, ...

Seguimos então, até a Hofkirche, principal catedral da cidade, fundada no século VIII.




Voltamos para o Lado dos Quatro Cantões e então embarcamos em um passeio de barco de 1h pelo lago. Recomendo. Aliás, se tem uma coisa que tem que ser feita na Suíça ( preferencialmente no verão) é um belo passeio de barco.




A mistura do calor com os locais tomando banhos no lago, com as montanhas e até mesmo os alpes é algo digno de Europa. Algo que só se encontra na Suíça.



Outra coisa típica de Lucerna é a presença de cisnes. Não tenha medo, eles são super simpáticos e fotogênicos !




Se bater uma fome enquanto aguarda seu trem, fique atento pois o subsolo da estação é quase um shopping, cheio de lojas, supermercado e lanchonetes, tudo bem direitinho.

O dia terminou assim. Lucerna foi uma das cidades mais lindas que já vi na vida, alegre, clima bom e, definitivamente, merece uma visita.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Como andar de bonde e trem na Suíça

Durante os quatro dias que passamos no país, perdi a conta de quantas vezes utilizamos os transportes públicos de Zurich, Berna e Lucerna. Então, o post é referente aos sistemas públicos destas três cidades.

BONDE

É inegável a pontualidade e qualidade dos bondes de Zurich. Confortáveis, não ficam superlotados, nem mesmo nos horários de rush. Claro, que para ter tudo isso de bom, paga-se um preço e, no caso da Suíça, um preço alto.

Há inúmeros pontos de bondes espalhados pela cidade, sempre em pararelo ( um bonde vai do ponto A para o B, enquanto o outro vai do ponto B para o A).
Para fazer a diferenciação dos sentidos e saber qual o bonde certo para pegar, basta se guiar pelo painel eletrônico ( em cada ponto tem um), que indica o ponto final do bonde, além de quais bondes são habilitados com equipamentos especiais para deficientes físicos e o tempo que cada bonde levará para chegar. Tentei tirar fotos dos painéis, mas nenhuma ficava boa ( não sei é devido à iluminação específica), mas é super fácil de se guiar.

Em cada ponto de bonde há também um mapa, como o abaixo, indicando os pontos de parada do seu bonde ( e dos outros tbm), as linhas e locais da cidade.



No nosso caso, usávamos o bonde número 4 ( que passa por grande parte das atrações turísticas). Pegava na estação de Tecknopark ( em frente ao hotel Ibis city west, que super indico) e ia até o centro em menos de 10 minutos.

Os bilhetes são comprados ali nos pontos mesmo, através de máquinas. Isso pode parecer meio estranho para nós, brasileiros, mas na Europa é super normal. 

Existem vários tipos de bilhetes :
- Bilhete único : válido por 1h ao custo de 4,20 CHF ( aprox. 15 reais)
- Bilhete válido por 24h : pode-se usar o quanto quiser até a mesma hora do dia seguinte ( vem escrito no bilhete) , ao custo de 8,40 CHF 

Se você vai e volta do centro para seu hotel, eu indico comprar o bilhete válido para um dia todo. Não apenas pelo preço ser o mesmo do bilhete ida-e-volta, mas também porque você pode decidir usar o bonde mais uma vez para visitar aquele ponto turístico longe ( e seu pé já está doendo de tanto andar), mas também pelo fato de que ele é válido por 24h e não até a meia-noite, ou seja, se vc sai as 9h da manhã pode ir, voltar pro seu hotel e ainda ir no dia seguinte ( desde que seja até 8:59 am)

A primeira coisa ao mexer nas máquinas é escolher o idioma. Eu sempre escolhia o inglês ( imagina comprar um ticket em alemão ????) 
Logo após, vc seleciona a opção do ticket e a quantidade ( curiosamente, nunca conseguia comprar mais de um ticket por vez).




Basta inserir moedas em francos ( e não em euros) ou seu cartão de crédito/débito, digitar a senha e pronto.


Os bilhetes cairão na janelinha abaixo.
Também existe, logo após a compra, a opção de imprimir o comprovante. Acho válido, vai que os bilhetes não caiam ( já perdi muitas moedas nessas máquinas de refrigerante e doces, haha)

Feito isso, basta esperar seu bonde e entrar. Não precisa fazer sinal, que nem fazemos para os ônibus aqui no Brasil.
Caso a porta não abra, basta apertar um botão redondo verde ( ao lado de cada porta do bonde)


Dentro do bonde, existe um painel com as próximas paradas e em quanto tempo o bonde chegará a cada uma delas.
A título de curiosidade, a rua mais famosa de Zurich é sinalizada como HB, sua abreviação. As duas paradas com nome HB chegam até a rua e a estação de trens da cidade.


Não há fiscais e não é necessário validar seu ticket. No entanto, sempre esteja com o bilhete a postos e não o perca. Caso haja fiscalização e alguém estiver sem o bilhete, a multa pode ser alta.


TREM

A estação principal de trens de Zurich fica na parada de bonde Sihlquai HB. 

A estação não é tão grande, mas bastante movimentada. Vale lembrar que o subsolo da maioria das estações de trem na Zurich é praticamente um shooping, repleto de lojas, supermercados, ...
A estação também conta com uma sala de informações turísticas, com atendimento muito bom.

Os bilhetes de trem podem ser comprados na hora ( através de máquinas ou no guiché) ou online, antecipadamente.
Eu deixei para comprar os bilhetes lá mesmo ( afinal, seriam apenas dois bate-e-volta : um para Berna e outro para Lucerna). Me ferrei.

Minha dica ouro do post é : COMPRE OS BILHETES ANTECIPADAMENTE

Quando vi na internet o preço dos bilhetes ida-e-volta para Berna era de cerca de 40 euros. Mas quando cheguei na estação, me assustei com os apavorantes 98 euros por pessoa ! ( em segunda classe tá ...)
Algo parecido aconteceu com Lucerna, mas em menores proporções...

Escolhi comprar direto no guiché. Apenas entre na fila à esquerda da entrada principal, ao lado dos trens.

Os trens para Bern e Lucerna saem direto, assim como para outras cidades, como Luggano, Gruyeres, Basel, Genebra, ... Até mesmo para Itália, Alemanha e França.

É só olhar para o grande painel no salão principal da estação. Ele indica os horários, plataformas e destinos dos trens.
Por ex.:
Quero ir para Lucerna. Logo, o próximo trem é as 10:35, com paradas em  Taiwell e Zug , e ele está parado ( ou já vai chegar) na plataforma 5.






Pronto, é só seguir para a plataforma indicada e aguardar seu trem chegar. Chegando o trem, é só entrar nas portas dos vagões escritos 1 ( para os viajantes da primeira classe) ou 2 ( para os da segunda). Se entrar errado, não tem problema. Lá dentro dá para mudar, eu mesmo não sabia da diferenciação e acabei entrando na primeira classe por engano.



Depois da viagem super agradável, passa o fiscal conferindo os bilhetes ( não jogue fora após conferência do fiscal, guarde-o, principalmente se for ida-e-volta, quando vc só receberá um bilhete na compra).

Os trens são confortáveis e pontuais e as paisagens lindas. Dentro dos trens há também painéis, que indicam as paradas. Alguns dispõem de lanchonete.

Boa viagem